Introdução
Viajar é uma das experiências mais enriquecedoras que podemos viver. Conhecer novas culturas, paisagens e pessoas faz parte da mágica de sair da rotina. Mas há um detalhe que sempre pesa — e muito — no planejamento: a alimentação. Afinal, comer fora todos os dias pode rapidamente consumir boa parte do orçamento da viagem.
Ao contrário do que muitos pensam, comer bem não precisa significar gastar muito. Com um pouco de planejamento, criatividade e atenção às oportunidades locais, é totalmente possível manter uma alimentação saborosa, equilibrada e até saudável — sem comprometer o bolso.
Neste artigo, você vai descobrir dicas práticas, inteligentes e acessíveis para se alimentar bem enquanto viaja, seja em uma escapada de fim de semana ou em uma aventura de meses pelo mundo. Vamos te mostrar como economizar com comida sem abrir mão da experiência gastronômica que faz parte de qualquer viagem inesquecível.
Planejamento é Tudo
Antes mesmo de fazer as malas, já é possível (e recomendável) começar a economizar com alimentação durante a viagem. O primeiro passo é simples: pesquisar os preços médios de comida no destino. Sites como Numbeo, blogs de viagem e grupos em redes sociais podem dar uma boa noção de quanto custa um café da manhã, um almoço simples ou um jantar em restaurante local.
Depois disso, vale montar um orçamento diário para alimentação, incluindo uma margem de segurança para imprevistos ou para aquela refeição especial que vale a pena. Ter esse limite em mente ajuda a evitar decisões impulsivas e a manter o controle dos gastos.
Outra dica valiosa é usar aplicativos e sites como o Google Maps, TripAdvisor ou Yelp para encontrar restaurantes com boa reputação e preços acessíveis. Muitas vezes, locais frequentados por moradores oferecem refeições deliciosas por um valor muito mais em conta do que os pontos turísticos cheios de armadilhas para turistas.
Por fim, planejar quantas refeições você pretende fazer fora e quantas pode preparar por conta própria já traz clareza e reduz o risco de gastar mais do que deveria. Um bom planejamento é o alicerce de qualquer viagem econômica — e com comida, isso não é diferente.
Use e Abuse dos Mercados Locais
Uma das formas mais autênticas — e econômicas — de explorar a gastronomia de um lugar é visitar mercados locais e feiras livres. Ali, você encontra ingredientes frescos, produtos típicos da região e preços muito mais acessíveis do que em supermercados ou restaurantes turísticos.
Frutas da estação, pães artesanais, queijos locais, castanhas, azeitonas, embutidos e até refeições prontas costumam estar disponíveis por valores bem amigáveis. Esses mercados são ideais para montar um café da manhã reforçado, um lanche para levar nos passeios ou até mesmo um piquenique em um parque.
Além de economizar, você ganha a chance de interagir com os moradores, aprender sobre os ingredientes locais e experimentar sabores que dificilmente estariam no cardápio de um restaurante comum. É uma maneira deliciosa de mergulhar na cultura do destino sem pesar no bolso.
Se estiver viajando com mochila ou espaço limitado, escolha alimentos que não exigem refrigeração e que sejam fáceis de transportar, como frutas secas, pães, ovos cozidos, queijos curados e snacks saudáveis.
Cozinhe Sempre que Possível
Se a sua hospedagem oferece cozinha — como é comum em hostels, apartamentos alugados ou algumas pousadas — você tem uma excelente oportunidade de economizar bastante com alimentação. Cozinhar durante a viagem não significa abrir mão de prazer gastronômico, muito pelo contrário: pode ser divertido, criativo e até social.
Com alguns ingredientes simples comprados no mercado ou na feira, é possível preparar pratos rápidos, saborosos e muito mais baratos do que comer fora. Massas, omeletes, saladas, sanduíches reforçados, arroz com legumes e sopas são ótimas opções econômicas e fáceis de fazer, mesmo com utensílios limitados.
Cozinhar também permite que você tenha mais controle sobre o que está comendo, o que é ótimo para quem tem restrições alimentares ou deseja manter uma alimentação mais saudável durante a viagem.
Se estiver hospedado em hostel, aproveite para combinar refeições com outros viajantes: dividir ingredientes e cozinhar em grupo pode tornar o momento ainda mais econômico e divertido. Às vezes, boas amizades começam ali, ao redor do fogão compartilhado.
Almoce Fora, Jante Leve
Uma das estratégias mais eficazes para economizar sem abrir mão de uma boa refeição é almoçar fora e fazer jantares leves por conta própria. Isso porque, em muitos destinos, o almoço costuma ter preços mais acessíveis, especialmente em menus executivos, pratos do dia ou opções promocionais.
Ao priorizar o almoço como sua refeição principal, você consegue experimentar a culinária local em restaurantes de qualidade sem gastar tanto quanto gastaria no jantar. Além disso, muitos estabelecimentos oferecem combos com entrada, prato principal e até sobremesa por preços justos — o que dificilmente acontece à noite.
À noite, prefira preparar algo leve na sua hospedagem: uma salada, uma sopa instantânea, um sanduíche ou até mesmo apenas frutas e iogurte. Isso ajuda o corpo a descansar melhor e ainda reduz significativamente os gastos.
Evite ao máximo restaurantes em áreas muito turísticas à noite, pois os preços costumam ser inflacionados. Com essa estratégia, você aproveita melhor o que o destino tem a oferecer sem comprometer o orçamento — nem a saúde.
Aposte na Comida de Rua (Com Cautela)
A comida de rua é uma das formas mais autênticas — e baratas — de explorar a gastronomia local. De tacos no México a pastéis na Tailândia, passando por empanadas na Argentina e acarajés no Brasil, é possível fazer verdadeiras refeições gastando pouco e mergulhando na cultura do lugar.
Além de acessível, a comida de rua muitas vezes é feita na hora, com ingredientes frescos e receitas tradicionais, transmitidas de geração em geração. Comer na rua também te coloca em contato com o ritmo local: vendedores conversando, gente indo e vindo, aromas no ar — tudo isso faz parte da experiência.
Mas é importante ter cautela com higiene e conservação dos alimentos. Antes de comprar, observe o movimento: quanto mais gente na fila, maior a chance de o lugar ser bom e confiável. Repare se o vendedor usa luvas ou utensílios limpos, se os alimentos estão protegidos do sol e se há água corrente por perto.
Também é prudente evitar comidas cruas ou mal cozidas, principalmente em locais muito quentes. Um pequeno cuidado pode evitar um grande problema — como uma intoxicação alimentar que estraga parte da sua viagem.
Leve Lanches na Mochila
Durante os passeios, especialmente em destinos turísticos ou remotos, é comum bater aquela fome no meio do dia — e, se você não estiver preparado, pode acabar gastando muito em uma lanchonete cara ou comprando algo pouco nutritivo por impulso. A solução? Carregar sempre alguns lanches na mochila.
Ter snacks à mão evita gastos desnecessários e também garante energia para continuar explorando sem interrupções. Boas opções incluem frutas (frescas ou secas), barrinhas de cereal, nozes, sanduíches simples, biscoitos integrais ou mesmo uma garrafinha de iogurte — se houver como mantê-la refrigerada.
Se o dia for cheio, vale até montar uma pequena marmita: um sanduíche reforçado, uma salada de grãos ou um wrap com vegetais e proteínas são práticos, nutritivos e muito mais baratos do que uma refeição improvisada em local turístico.
Além disso, ter lanches na mochila ajuda quem viaja com crianças ou tem dietas específicas, evitando surpresas e garantindo que você sempre tenha algo saudável, barato e conveniente por perto.
Conheça Aplicativos que Dão Desconto em Comida
A tecnologia é uma grande aliada de quem quer economizar durante as viagens — especialmente na hora de comer. Hoje em dia, existem diversos aplicativos que oferecem descontos, promoções e até refeições completas com preços reduzidos, ideais para quem está viajando com orçamento limitado.
Um dos mais populares é o Too Good To Go, presente em diversas cidades da Europa e do mundo. O app conecta consumidores a restaurantes, padarias e mercados que vendem alimentos excedentes do dia por uma fração do preço. É uma forma excelente de comer bem pagando pouco e ainda evitar o desperdício de comida.
Outro exemplo é o The Fork (ou ElTenedor), muito usado na Europa, que oferece descontos em reservas feitas com antecedência, especialmente fora do horário de pico. Em alguns casos, é possível conseguir até 50% de desconto no cardápio.
Em destinos como o Brasil, aplicativos de delivery como iFood, Rappi e Uber Eats também têm cupons, promoções relâmpago e menus promocionais — inclusive para retirada no local.
Antes de viajar, vale a pena pesquisar quais apps funcionam no destino e já deixá-los instalados no celular. Muitas vezes, um simples clique pode render uma refeição gostosa e econômica.
Beba com Moderação (e Inteligência)
As bebidas — especialmente as alcoólicas — podem parecer um gasto pequeno no momento, mas acumulam valores consideráveis ao longo da viagem. Uma cerveja aqui, um coquetel ali, uma garrafa de vinho em um jantar… Quando você percebe, uma boa parte do orçamento foi embora em copos. Por isso, vale a pena beber com moderação e inteligência.
Uma estratégia simples é aproveitar os happy hours, comuns em bares e restaurantes de muitas cidades. Durante esses horários, os preços costumam ser bem mais baixos, e ainda dá para experimentar drinques locais pagando menos. Outra dica é comprar bebidas em mercados ou lojas de conveniência e consumir em ambientes informais, como no hostel, em um parque ou na praia (desde que seja permitido no destino).
Para quem não abre mão de um bom vinho ou cerveja artesanal, vale pesquisar rótulos locais — que geralmente são mais baratos e oferecem uma experiência autêntica.
Além do álcool, é importante lembrar da água, que pode parecer um detalhe, mas pesa no orçamento quando você compra várias garrafinhas por dia. Levar uma garrafa reutilizável e enchê-la em fontes públicas, bebedouros ou na hospedagem é uma atitude econômica e sustentável.
Com escolhas conscientes, é possível aproveitar bons momentos à mesa (e no brinde) sem comprometer o orçamento da viagem.
Conclusão
Viajar bem não significa necessariamente gastar muito — e isso vale especialmente para a alimentação. Com um pouco de planejamento, criatividade e abertura para novas experiências, é totalmente possível comer de forma saborosa, nutritiva e econômica, independentemente do destino.
Explorar mercados locais, preparar suas próprias refeições, escolher bem onde e quando comer fora, aproveitar a comida de rua com atenção e utilizar aplicativos de desconto são estratégias simples que fazem toda a diferença no final das contas — literalmente. Mais do que economizar, essas práticas muitas vezes proporcionam experiências mais autênticas e enriquecedoras do que uma refeição cara em um restaurante turístico.
Lembre-se: cada refeição é uma oportunidade de conhecer melhor o lugar, as pessoas e a cultura. Comer bem durante a viagem é possível, sim — e não precisa estourar o orçamento para isso.
E você? Quais são suas estratégias para comer bem enquanto viaja sem gastar muito? Compartilhe nos comentários e ajude outros viajantes a economizarem também!